sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

MEL DO FUTURO - Sinopse 2011.

PRESIDENTE: MAGDA OBERLAENDER
CARNAVALESCO: ALEX DE OLIVEIRA
MAIS VALE UM JEGUE QUE ME CARREGUE QUE UM CAMELO QUE ME DERRUBE LÁ NO CEARÁ

Na segunda metade do século 19, a iniciativa de pesquisadores brasileiros surpreende as cabeças mais conservadoras do Império. Era a Comissão do Ceará, financiada pelo Imperador D. Pedro II, a expedição foi organizada com intuito de explorar cientificamente as províncias do Norte e Nordeste. Inicialmente incompreendida, foi apelidada de "Comissão das Borboletas". Reuniu, pela primeira vez, naturalistas, botânicos, zoólogos, geólogos, etnógrafos artistas e engenheiros para explorar a fauna, flora e, principalmente "descobrir" o tão sonhado delírio de "ouro e prata".

Portanto, D. Pedro II se interessou pelas experiências de aclimatação de animais empreendidas pelo zoólogo francês Isidore Geoffroy Saint-Hilaire, fundador da Sociedade, que já estudara a adaptação de lhamas nos Pireneus e de bois tibetanos na Europa, por conseguinte, decidiu apostar na experiência e trazer dromedários ao nordeste brasileiro, o animal resistente à escassez de água e comida poderia ser boa pedida para tração e carga.

E assim foi feito. Em 24 de julho de 1859, desembarcaram no Brasil 14 camelos vindos da Argélia. Deveriam acompanhar a Comissão até o Ceará e, depois, ficar por lá. Porém, o pequeno rebanho padeceu com a falta de criadores especializados. A longa gestação das fêmeas, que dura cerca de um ano, ultrapassava os prazos pretendidos para a formação de criações maiores e, o pior... Um dos dromedários teve a perna quebrada devido a instabilidade de locomoção...Era o fim do empreendimento. Aos animais que conseguiram se aclimatar, foi reservado o inusitado papel de atração turística.

Em 16 de fevereiro de 1867, seis anos depois do retorno da Comissão ao Rio de Janeiro, o Diário de Pernambuco trazia o anúncio da exposição: No botequim do Buessard, camelos aclimatados no Ceará. A entrada para vê-los: 500 réis.

E no Carnaval 2011 da AESMRIO, a GRCESM. Mel do Futuro apresenta a releitura do carnaval campeão da GRES. Imperatriz Leopoldinense:

O enredo conta de maneira bem humorada uma pitoresca passagem da história do Brasil... A tentativa frustrada do Imperador D. Pedro II em utilizar os dromedários importados da Argélia, como meio de transporte no sertão nordestino e desprezando a existência dos tradicionais jegues que, sempre fizeram esse "serviço", o enredo descreve em dois setores, como tudo aconteceu...

O Imperador D. Pedro II resolveu financiar a expedição científica ao Ceará, porém como auxílio no deslocamento e transporte de bagagens e cargas, utiliza os importados dromedários, ao invés dos habituais jegues, para se locomoverem pelas terras áridas do sertão. Então, isso posto, no dia 24 de julho de 1859, desembarcam 14 camelos provenientes da Argélia, África do Norte junto ao grupo de expedicionários com intuito de aventurar-se atrás de iminentes fontes de ouro e prata em terras nordestinas. Portanto, botânicos, zoólogos, geólogos, etnógrafos, engenheiros e artistas decidiram montar nos animais e, partir rumo ao deserto, afinal, os dromedários haviam sido comprados para tal função. Não obstante, o resultado foi catastrófico, um desastre total, os camelos não agüentaram o longo período da viagem e, inclusive, um deles, foi sacrificado devido ao ferimento da pena quebrada e o chefe da expedição foi acusado de "camelocídio".

Enquanto toda essa confusão acontecia, o jegue continuava desprezado... Até que, num afã de encontrar a solução, lembraram de sua existência e "descobriram" a verdadeira vocação...

ALEX DE OLIVEIRA

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Aviso! Samba enredo para 2011.

Alô Criançada!

Os ritmistas que ainda não possuem  o samba do MEL para o carnaval de 2011, favor deixar o nome com o Sr. Nélio para receber a cópia e também letra do samba. Crianças, é importantíssimo que o samba esteja na ponta da língua no próximo ensaio no dia 06 de fevereiro na quadra da Renascer. Vamos fazer bonito! Forte abraço a todos e fiquem com o bom Deus.

"Ecoam pelo ar
Estórias de tesouros escondidos (...)"

ENSAIO DO MEL DO FUTURO.

O GRCESM MEL – MENINADA ESPERANÇA LIBERDADE, realiza no dia 06 de fevereiro o seu ensaio na quadra da Renascer de Jacarepaguá. A Escola Mirim será a 11º a se apresentar na Marquês de Sapucaí no desfile de sexta-feira e revive o carnaval campeão da GRES IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE “Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube...lá no Ceará”.  Durante o ensaio,  também poderá ser saboreada uma deliciosa feijoada. A quadra da Renascer de Jacarepaguá fica na Av. Nelson Cardoso, 82 – Largo do Tanque – Jacarepaguá.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

MAIS VALE UM JEGUE QUE ME CARREGUE, QUE UM CAMELO QUE ME DERRUBE...LÁ NO CEARÁ


Sinopse ( Imperatriz Leopoldinense - 1995 )

O Imperador do Brasil, D. Pedro II, membro cio Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, portava-se como um autentico sábio. E dentre os projetos que foram discutidos neste Instituto, surgiu a idéia de sua expedição científica ao Ceará. A primeira expedição formada unicamente por brasileiros, pois até então as expedições anteriores foram todas organizadas por estrangeiros.

O Nordeste era uma região quase desconhecida, na época. Preferiram o Ceará por causa de suas supostas riquezas minerais. O povo vivia sonhando com eldorados. Falava-se com a maior naturalidade em lagoas encantadas e tesouros escondidos por flamengos. Os ministros e Cientistas sonhavam como os antigos bandeirantes.

Munidos de grande quantidade de aparelhos geológicos, físicos, geodésicos e astronômicos, partiu a nossa expedição desbravadora da qual fazia parte Gonçalves Dias, o poeta, que era responsável pela narrativa da viagem e pelo estudo da população.

Por influência da Sociedade Zoológica da Aclimatação de Paris, o Governo Imperial resolveu comprar camelos na Argélia para que se reproduzissem no Ceará, tal como havia acontecido nas regiões semi-áridas da Austrália e Estados Unidos.

E assim, em 24 de julho de 1859 – a barca francesa “Splendide” vinda de Argel – chega a Fortaleza com 14 dromedários acompanhados por argelinos, pois só eles sabiam como tratá-los e domá-los.

O acontecimento foi de parar toda a cidade, todo mundo foi espiar, até o presidente da província, escoltado por soldados.

Desceram primeiro os mouros com seus turbantes e albornozes. O vestuário e sobretudo a tradição de acirrados inimigos da fé cristã, lembrava a luta dos cristãos e mouros, fixados pelo folclore nordestino.

Depois apareceram os camelos. A multidão abriu espaço para aqueles bichos tão esquisitos.

Pouco mais de um mês após a chegada dos dromedários, Gonçalves Dias resolveu ir até Baturité, usando camelo como meio de locomoção, afinal, tinha sido comprado para isso mesmo.

Os mouros armaram na corcova do único camelo manso, uma barraca que mais se assemelhava a um ninho de joão-de-barro. Gonçalves Dias se encarapitou e junto com outros homens, saiu de Fortaleza com destino a Baturité. Mas cinco léguas foram suficientes para tirar o prestígio da incômoda montaria. Neste trecho da viagem, um dos camelos caiu e quebrou a perna, e o presidente da Província do Ceará acusou Gonçalves Dias de camelicídio. Os camelos não deram certo com os cearenses, nem os cearenses deram certo com os camelos.

Enquanto isso, o jegue, tão útil no sertão, era esquecido. Mas não foi atoa que D. Pedro I proclamou o Independência montado num burrico, na Serra de Santos. Não só D. Pedro prestigiou o burrico, Napoleão atravessou ou Alpes montado em um deles. Afinal, o jegue que serve pro trabalho, que ara a terra, que carrega fardos e ainda serve de montaria, recebe as honras necessárias. Abaixo o camelo, Viva o Jegue!

Rosa Magalhães

Samba Enredo


MAIS VALE UM JEGUE QUE ME CARREGUE, QUE UM CAMELO QUE ME DERRUBE...LÁ NO CEARÁ


Ecoam pelo ar
Estórias de tesouros escondidos
Sou poeta da canção
E embarco nesse sonho encantado
Vou com destino ao Ceará
Em busca de um novo Eldorado

(Eu levo)
Levo comigo a ciência
Do país a sapiência
Tudo eu quero relatar
Nessa expedição bem brasileira
Chegam mouros e camelos
Não precisa se assustar


Balançou, não deu certo não
Pois não passou de ilusão (bis)
Eles trouxeram o balanço do deserto
Mas não é o gingado certo
Pra cruzar o nosso chão

O jegue escondido na história
Ajuda o sertanejo a tocar seu dia-a-dia
Trabalha, ara a terra sob o sol

E leva o fardo pesado
De um povo sofredor           (bis)

Mais vale a simplicidade
A buscar mil novidades
E criar complicação
Esquecendo o bom e o útil
Renegar o que é nosso
Gera insatisfação

O sertão não é só lamento
Meu momento é aqui             (bis)
Faço a festa e lavo a alma
Hoje na Sapucaí